A Criação Do Perfume E Suas Transformações Ao Longo Do Tempo


Por
Beatriz Crepaldi - Flávia Luísa Ablas - Meiry Emi Yasuda

RESUMO

Este trabalho visa transmitir a importância a qual tem o perfume em relação ao nosso sentido olfativo. Através da história, o significado do perfume vem se transformando juntamente com a evolução da sociedade. Apresenta-se neste trabalho, por conseguinte, informações a respeito da cultura do perfume e o que o cheiro é capaz de produzir em cada ser humano.

Palavras-chave: perfume; história do perfume; olfato.

1. INTRODUÇÃO

O olfato é o sentido mais direto e primitivo dos homens e animais em geral, possui efeito instantâneo e qualquer odor que é capturado transforma-se em um registro. Desde a Antiguidade, o perfume já era associado com sentimentos e já era possível estabelecer sua importância nas relações humanas e sociais. Através dos tempos sua função foi se transformando. Primeiramente foi utilizado em rituais sagrados para os deuses, e mais tarde, podemos observar passagens da Bíblia que descrevem os perfumes, óleos e ungüentos. Após séculos, com o advento do cristianismo, o perfume caiu em desuso na Europa, diferentemente nas arábias, onde seu uso não foi reprimido e continuou se desenvolvendo. Em seguida, conseguimos destacar a importância europeia, mais precisamente francesa, para a fabricação e utilização do perfume.

Com o passar dos anos, o papel do perfume foi sendo modificado e trouxe diferentes contextos para o seu uso. Atualmente, há a industrialização e a produção em larga escala, fazendo com que este seja algo comum e acessível, diferentemente da função na sua origem, onde era considerado uma grande riqueza sem preço. Dessa maneira, o intuito é observar e apresentar as semelhanças e distinções do perfume na sua criação e na atualidade.

2. METODOLOGIA

Para a realização da pesquisa de criação do perfume, suas transformações e papel na atualidade, nos baseamos na procura de artigos indicados por especialistas. A busca foi realizada nos acervos virtuais de universidades paulistanas: PUC SP, USP, SENAC e ESPM; universidade brasiliense UnB; e universidade paranaense UNIOESTE; nas revistas científicas Scielo, Com Ciência e Química Nova na Escola; em sites de busca de artigos de autores conceituados, formados em Cosmetologia ou Biologia; e nos livros “Brasilessência” (ASHCAR, 2001) e “Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros” (CORAZZA, 2002). Entre os materiais encontrados, escolhemos aqueles que se referiam mais especificamente à parte histórica do perfume, sua composição, fontes e métodos de fabricação e seus diferentes significados ao longo dos anos. Os autores selecionados foram: Fontanari, 2008; Ashcar, 2007; Ramos, 2006; Dias, Silva, 1996; Reis, 2003; Laube, 2005; Finatto, 2000.

Visitamos a exposição Espaço Perfume Arte + História, localizada na universidade FASM, realizada em parceria com o Grupo Boticário. Neste local, é possível a criação de sua própria fragrância, identificar com maior clareza os métodos e processos da elaboração do perfume. Também entrevistamos funcionário da Natura em visitação da mesma, e professor do curso “Perfume: comportamento e estilo” do SENAC.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 ORIGEM DO PERFUME

O Perfume nasceu em aproximadamente 3000 a.C., juntamente com a civilização egípcia. Ao analisar a semântica da palavra em destaque é observado que per significa a preposição de e fumare é traduzido como fumaça. (DIAS, SILVA, 1996, p.3)

Seu nome apresenta a real função, perfumar através da fumaça. Os egípcios eram politeístas e homenageavam os deuses em diversos tipos de rituais, neles o perfume desempenhava a principal função. O incenso, bem como seu cheiro, era visto como algo valioso e essencial. Dentro dos templos havia laboratórios que eram especializados na preparação de perfumes e ungüentos. Os altares dos rituais eram purificados através da queima de incensos, madeiras e resinas; as estátuas sagradas eram glorificadas com óleos perfumados. A civilização acreditava que as orações e preces chegariam mais depressa aos deuses se fossem carregadas de fumaça aromática, dessa forma em todas as rezas havia perfume presente. (ASHCAR, 2007, p.1; DIAS, SILVA, 1996, p. 3)

Os egípcios acreditavam que com perfume a alma dos mortos podia ser tocada, no ritual de mumificação eram utilizadas mirra, musgo de carvalho, resina de pinho e outros ingredientes antimicrobianos para enviar os corpos à eternidade. No campo da higiene pessoal, o perfume possuía grande importância, nas salas de banho masculinas era obrigatória a presença de incensos de mirra e olíbano. Havia também as salas de unção onde as mulheres friccionavam os cabelos com pomadas e untavam o corpo com a função de perfumar a pele e proteger do sol da região. (ASHCAR, 2001, p. 21)

3.2 CLEÓPATRA

A última rainha do Egito usava khyphi em pontos estratégicos do corpo, além disso, impregnava até as velas de seu barco com odor de rosas, transmitindo força e sensualidade. Ao encontro com o amante após atravessar o Mediterrâneo, ela se untou com óleos das mais selecionadas rosas e quando estava em seu trono, toda sua volta deveria estar repleta de fumaça dos mais finos incensos. (ASHCAR, 2001, p. 21 a 22)

Na noite em que se envenenou, banhou-se e perfumou-se com as mais sofisticadas fragrâncias e óleos e quando os soldados a encontraram em seus aposentos o perfume continua ao ar. A rainha se tornou um eterno símbolo de sensualidade, representa o Egito como autoridade na perfumaria e cosmética. (ASHCAR, 2001, p. 53)

3.3 O PERFUME NA EUROPA

Os perfumes eram vistos com grande importância na mitologia Grega, e sua arte floresceu nesta civilização. Fragrâncias à base plantas e óleos florais, eram utilizados especificamente para cada parte do corpo e outros no tratamento de inúmeras doenças. Entretanto, foram os romanos, que preocupados com o asseio pessoal do cotidiano, fizeram com que o perfume fosse consumido entre todos os escalões da sociedade. Um dos pioneiros no desenvolvimento de óleos para a limpeza corporal, e daqueles destinados a rituais de fertilidade, não utilizavam substâncias fixadoras, o que fazia com os aromas não permanecem com o mesmo cheiro por muito tempo.

Na Idade Média, o Cristianismo se colocava contra a perfumaria, que seria um meio de exaltação da luxúria. Apesar disso, as civilizações árabes expandiram o uso do perfume novamente pela Europa, em sua chegada à Península Ibérica. Os árabes, após variadas experiências com plantas, aumentaram a qualidade dos perfumes. Dessa maneira, as classes mais favorecidas continuaram utilizando suas fragrâncias, mesmo com a pressão da Igreja. Também a partir das navegações os perfumes começaram a ser um dos mais importantes itens comercializados entre as nações, que o viam como algo que possuía poderes mágicos. As fragrâncias mais utilizadas inicialmente eram as águas perfumadas com flores, que foram perdendo espaço para as composições a base de almíscar. A ausência de cuidados higiênicos eficientes fazia com que homens e mulheres se perfumassem com fortes e persistentes aromas, como o âmbar[8]. Contudo, o primeiro perfume com fórmula própria, de que se tem conhecimento, surgiu em 1370, criado pela Rainha Elisabeth, da Hungria. A concentração de óleos e essências ficou conhecida como l’eau de La reine de Hongrie.

(REIS, 2003, “Natureza e Ambiente: A história do perfume”; ASHCAR, 2001, p. 40 a 44)

3.3.1 PARIS: A CAPITAL DO PERFUME

Apesar do fato de que a tradição em perfumaria na França venha já do século XIII, momento em que foram criadas as primeiras escolas com aprendizes e oficiais da técnica perfumista, foi após a Revolução Francesa que o desenvolvimento nesta se ampliou e alcançou altos patamares. A época em que as composições dos perfumes ficaram restritas a águas tratadas com flores chegou ao fim. Começam a aparecer fórmulas mais especializadas, que combinam aromas irresistíveis, sendo associados à sedução e mesmo ao erotismo. A França é reconhecida como o berço da perfumaria, e Paris como o centro dessa indústria. Atualmente, a França ocupa o primeiro lugar dos fabricantes de perfumes, seguida por Itália e Japão.

A partir do século XIX, a história do perfume passa a caminhar de mãos dadas com a moda. Com o passar dos anos, Paris se tornou uma referência de produção de fragrâncias, e fez com que os aromas franceses conquistassem o mundo, transformando os perfumes em verdadeiros objetos de desejo. Na década de 20 podemos destacar grandes perfumistas franceses como, François Coty e Paul Poiret. E não podemos esquecer de Gabrielle Chanel, responsável por uma revolução na perfumaria e moda. O perfume Chanel nº 5 foi o primeiro a ter em sua composição grandes quantidade de aldeídos e substâncias sintéticas que suavizam notas florais intensas, resultando numa sofisticada sedução.

(REIS, 2003, “Natureza e Ambiente: A história do perfume”; ASHCAR, 2001, p. 46 a 50)

3.4 COMO É FEITO O PERFUME

Um perfume é, por definição, uma porção de matéria com mais de uma substância. Sua análise química mostra que eles são uma complexa mistura de compostos orgânicos denominada fragrância. Certamente há uma importante diferença entre as fragrâncias de requintados perfumes, e aquelas de odor mais popular encontradas, por exemplo, em sabonetes e xampus. Para produzir perfumes não basta qualquer mistura que tenha um cheiro agradável. Sua fabricação é feita a partir da arte de combinar diferentes propriedades das matérias primas, e do conhecimento químico para que seja possível o uso deste, sem complicações ou efeitos negativos. Além da composição, para se obter um bom perfume, é necessário estar atento a proporção dessas substâncias entre si.

No início, as fragrâncias eram classificadas de acordo com sua origem. A fragrância floral, por exemplo, consistia no óleo obtido de flores como a rosa e jasmim. Já a fragrância verde, era constituída de óleos provenientes de árvores e arbustos, como o eucalipto e o pinho. A fragrância animal era extraída, por exemplo, do veado almiscarado e do gato de algália, e a fragrância amadeirada continha extratos de raízes, de cascas de árvore e de troncos.

Modernamente, as fragrâncias são classificadas em 14 grupos, organizados segundo a volatilidade de seus componentes: cítrica (limão), lavanda, ervas (hortelã), aldeídica, verde (jacinto), frutas (pêssego), florais (jasmim), especiarias (cravo), madeira (sândalo), couro (resina de vidoeiro), animal (algália), almíscar, âmbar (incenso) e baunilha.

Os perfumes são compostos a partir de uma combinação de fragrâncias que os perfumistas denominam de notas de um perfume. Um perfume de qualidade possui as três notas: a nota superior (ou cabeça do perfume) que detectamos primeiro, a nota do meio (ou coração do perfume) parte intermediária, e a nota de fundo (ou base do perfume) também denominada fixador.

Durante muito tempo, as fragrâncias foram obtidas de óleos essenciais, provenientes da natureza como dito acima. Embora isso ainda ocorra, as fontes naturais têm sido substituídas cada vez mais por compostos sintéticos.

(ESPÓSITO, 2003, p. 19; DIAS, SILVA, 1996, p. 4)

3.5 O OLFATO

Pode-se dizer que um cheiro é sentido quando uma substância odorífera que está no ar é aspirada pelo nariz, se encaixando em certas cavidades que excitam determinados nervos. De acordo com a substância, os nervos são impressionados de maneiras diferentes.

Internamente, o nariz humano é revestido por uma membrana, sob a qual, na parte superior de cada narina, localizam-se as papilas olfativas. Uma vez que substâncias odorantes são dissolvidas no muco nasal, essas papilas enviam os impulsos nervosos que são decodificados e registrados no sistema límbico cerebral, a área que se refere às nossas emoções.

A percepção dos cheiros depende de nossa capacidade olfativa, que se apresenta em diferentes graus em cada pessoa. Os perfumistas são um exemplo de extraordinária sensibilidade olfativa, que pode se desenvolver e atuar com todo seu potencial. Também é importante destacar que um mesmo perfume produz sensações diferentes em cada pessoa, pois ao receber os estímulos olfativos, a memória, imaginação e sentimentos de cada indivíduo estão inclusos neste processo.

(LAUBE, 2005, “Marketing & Perfume”; ESPÓSITO, 2003, p. 20)

3.6 SUSTENTABILIDADE E PERFUME

Para a elaboração de um perfume é necessária, como já dito anteriormente, a combinação de substâncias provenientes de diferentes matérias primas em determinadas quantidades. Estas matérias primas podem ser de origem sintética ou natural. Antigamente esta última forma era a mais utilizada, e os produtos que formavam os perfumes eram procurados em misteriosas plantas orientais e animais do Tibete ou das selvas africanas. Atualmente, há a possibilidade de serem utilizados produtos sintéticos. Isso com certeza é uma vantagem quando consideramos o modo como são obtidos os produtos de origem animal, ou a exploração inapropriada de plantas para a fabricação de perfumes.

Antes do advento de técnicas modernas na análise de óleos essenciais, os químicos apenas conseguiam identificar seu componente principal. Hoje em dia, a identificação de todos os componentes de um óleo é possível. Dessa forma, essas substâncias podem ser fabricadas sinteticamente, o que resulta no barateamento das mesmas.

Como exemplo das desvantagens da obtenção de fragrâncias a partir da natureza, temos o pau-rosa, uma árvore da Amazônia cujo o óleo de linalol é matéria prima muito utilizada. Estima-se que havia até cinco exemplares por hectare de floresta no início do século XX, hoje resta um exemplar a cada seis hectares. Outra situação não muito feliz, é a extração do almíscar e da civeta, produtos encontrados em animais. A obtenção da primeira substância requer o abate do veado-almiscarado, já a segunda pode ser extraída sem que seja necessária a morte de um pequeno carnívoro africano. Os avanços científicos e leis que regulamentam a obtenção destes e de vários outros recursos naturais auxiliam na melhoria das relações entre natureza e consumo, apesar de algumas vezes não serem respeitadas.

(ESPÓSITO, 2003, p. 23 e 24; DIAS, SILVA, 1996, p. 4 e 5)

3.7 CHEGADA NO BRASIL

Até no século XIX os brasileiros desconheciam o perfume, que só chegou às terras junto com a corte portuguesa em 1808. Os negros contribuíram muito com a questão da higiene, fazendo com que os europeus se banhassem uma vez por dia, que no Velho Mundo era considerado nocivo. Renata Ashcar mostra em um trecho do livro Brasilessência como era o uso do perfume das mulheres européias e brasileiras:

“As damas locais, mulheres dos enviados da Coroa, tinham de se contentar com que vinha da metrópole ou de seu principal credor, a Inglaterra – e os perfumes nem sempre incluíam-se entre os artigos que chegavam.”

(Ashcar, 2001, p. 106)

Dessa forma, podemos observar que as portuguesas e européias estavam acostumadas a se perfumar, mas em solo brasileiro só foi possível no século XX quando as indústrias do perfume de instalaram. (FONTANARI, 2008, p. 28-30; ASHCAR, 2001, p. 106-107)

3.8 ENTRE A MODA E O PERFUME

Com o passar dos anos, o uso do perfume começou a ter um caráter mais comercial que cultural. Por volta do século III, o Império Romano contribuiu muito para a expansão da perfumaria, pois essa sociedade consumia aromas de maneira intensa. Por causa das rotas comerciais para a Arábia, Índia e China, o comércio de matérias primas perfumadas foi estimulado, e o uso de perfumes e incensos por aquela população se tornou tão grande que gerou um desequilibrio na balança de pagamentos do império. Eram consumidas aproximadamente 500 toneladas de mirra e 250 toneladas de olíbano e este fator fez com que Roma se tornasse a capital do banho, devido um certo ritual luxuoso, caracterizado por poções aromáticas variadas, no momento da limpeza corporal. Outros indivíduos providos de maiores riquezas tinham até as solas dos pés perfumadas por escravos. Na cidade era possível encontrar mais de 100 casas de banho públicas e privadas, frequentadas por todas as classes sociais. Isso fez com que naquela época o perfume se tornasse um elemento característico do cotidiano, e assim, da moda dessa civilização.

(ASCHAR, 2007. “A história do perfume da antiguidade até 1900”)

Posteriormente, a moda se relacionou com o perfume, e vários fatos influenciaram esta junção, como a representação da atriz Sarah Bernahardt como a mulher pálida e romântica no qual influenciou as fragrâncias que buscavam alívio nos aromas refrescantes e suaves das colônias florais, em 1900. Uma década mais tarde, o estilista Paul Poiret foi o primeiro a colocar em sua grife de moda uma linha própria de perfumes. A partir de então, esta conexão de moda e perfuma jamais seria desfeita. Em 1920, Gabrielle Chanel revolucionou a história da perfumaria e da moda. Marcou sua época com seu estilo próprio, apostando no conforto, com o lançamento do seu perfume Chanel nº 5, um perfume produzido artificialmente pela primeira na história. Chanel nº 5, anos depois, ganharia a mais célebre garota propaganda, Marilyn Monroe, que confessou dormir com gotas do mesmo. Já em 1960, as fragrâncias evocavam a liberdade, devido as grandes mudanças de comportamento embaladas no pop destes anos. Nos anos 70, as mulheres aclamavam por sua individualidade, forçando as quebras de tabus. Essa tendência na perfumaria acabou sendo mobilizada com o lançamento de Opium.

(FINATTO, 2000. “Les Parfums”)

3.9 PERFUME NA ATUALIDADE

Na atualidade, os aromas e perfumes são usados tanto para consumo e moda quanto para tratamentos corporais, diferentemente das apenas suposições da Idade Média.

As plantas e seus componentes, raízes, caules, folhas, flores e frutos, são usados há milênios pela humanidade, para fins religiosos e medicinais. Sua importância na atualidade está relacionada ao alcance de efeitos positivos causados pelos aromas em todo o organismo, nas emoções e humor, visando o bem estar e maior qualidade de vida. É uma área de grande interesse para a indústria de perfumaria, que possibilita a criação de produtos e fragrâncias levando em conta as emoções, sensações e estímulos que podem ser obtidos através dos óleos essenciais aliados às matérias primas e ingredientes convencionais. A criatividade da cosmetologia nacional, e a diversidade da flora brasileira, coloca o Brasil na quinta posição entre os países fabricantes de perfumes – França, Itália, Japão e Estados Unidos ocupam os primeiros lugares respectivamente.

(CORAZZA, 2002, p. 143 a 148)

3.10 MAGIA DOS CHEIROS

Algo que chama a atenção da área da perfumaria é o estudo realizado dos feromônios. Como os hormônios, eles funcionam como mensageiros químicos, porém sua diferença é que ao invés de transportar as informações dentro do indivíduo, os feromônios são liberados externamente e atuam sobre indivíduos de uma mesma espécie, ou seja, agem na comunicação, provocando respostas comportamentais, de alarme, acasalamento, agregação e alimentação, entre outras ações.

Em humanos, a utilização de feromônios é muito polêmico. Em teoria, diz-se que no período fértil, a mulher transmite um cheiro que informa ao homem que está mais receptiva ao ato sexual. Outros estudos sugerem que as mulheres são capazes de identificar, pelo feromônio, homens com um pperfil imunológico complementar ao delas. A estrutura que identificaria o feromônio seria o chamado órgão vomeronasal. Apesar de possuirmos essa estrutura, acredita-se que ela seja só um resquício de nossos ancestrais, sem função atual.

(CORAZZA, 2002, p.63 a 66)

3.11 O FUTURO DO PERFUME

Atualmente, a indústria brasileira de perfumaria e cosmética estão se dedicando a criação de produtos com diferentes inovações tecnológicas. O Brasil é um país jovem e agora se instala como um mercado em potencial pela sua biodiversidade local. Com tantas singularidades no país, é possível criar inúmeras fragrâncias com substâncias que é encontrado na extensão de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, esse país é beneficiado pela localização e a extensa flora e fauna presente. (ASHCAR, 2001. p. 175 - 179)

Uns dos assuntos que possui muito destaque hoje em dia e continuará crescendo a sua divulgação é a sustentabilidade, que já é encontrada no ramo do perfume, principalmente dos locais onde são extraídas matérias-primas como a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica. Nessas localidades foram criados programas para desenvolver a biotecnologia e a bioindústria no país com intuito de preservar as riquezas e ao mesmo tempo utilizá-las. (ASHCAR, 2001. P. 176-177)

4. CONCLUSÃO

Ao longo deste trabalho, conseguimos observar que o perfume em todos em seus âmbitos sofreu modificações no decorrer dos anos, desde sua criação até os dias de hoje. Nessa comparação, verificamos grandes divergências. Inicialmente, as fragrâncias eram extremamente associadas a cultos e rituais, ou seja, eram relacionadas às crenças religiosas. O perfume chegou até ser reprimido devido à sua associação com o erotismo e luxúria. Mesmo assim, continuou se expandindo pelas arábias e Europa, onde, na França, ocorreu sua ascensão.

Os métodos para obtenção de essências podem ser questionados ao que se refere à extração de matérias primas de origem natural. Os produtos sintéticos aparecem como uma solução parcial para este problema. Os avanços científicos não só contribuíram dessa forma, como também proporcionaram maior poder de fixação dos cheiros e novas maneiras de extração.

Os óleos essenciais, por meio da aromaterapia, auxiliam na prevenção e tratamento de doenças, tanto físicas quanto emocionais. Um mesmo cheiro ou perfume pode transmitir diferentes sensações a cada pessoa. Além de que, o cheiro pode estar relacionado à atração ou repulsa de indivíduos de uma mesma espécie, demonstrando que o olfato quando relacionado a emoções permanece questionado no meio científico. É isso, e tantas outras coisas, que tornam o universo do perfume tão grandioso.

Artigo Original...




8 comentários:

  1. Muito bom, gostei da abordagem cientifica. Só nos enriquece mais ainda nesse grande universo das fragrancias.

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  2. Olá, Fábio.
    primeiro parabéns pelo blog e o bom post sobre a história do perfume.

    Queria dizer que comprei o Individuel e achei excelente, muito por conta de suas dicas.
    Comecei a admirar perfume faz pouco tempo e não sou muito conhecedor, então queria perguntar algumas coisas.

    Primeiro queria saber se comprar no Strawberry é confiável mesmo, pelo que vi de indicação sua.
    Queria uma dica para usar um perfume no dia-a-dia. Sou um cara de 21 anos, discreto, faço um curso basicamente acadêmico que não gostam muito de perfumes invasivos. Seria algo elegante, agradável e suave (sem significar apagado). Adorei o Polo Blue, mas é o que meu tio usa e não queria algo igual ao dele, mas basicamente nessa linha.
    Penso em comprar um Le Male para sair a noite, pela projeção e o "poder" que ele tem. É uma boa?
    Gostaria que você, se não for demais!, falasse do For Him EDT da NR, para que ocasião que mais perfil ele agrada e o que você acha da já clássica fragrância do Safari da RL.

    Obrigado e espero não perguntar demais,
    abraço.

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  3. Ivan, o site strawberrynet apesar de localizar em Hong Kong só vende produtos originais, fique tranquilo. Indico para você o Bleu de Chanel, e para noite o Le Male é excelente, se você gostar de aroma doces.
    For Him é um amadeirado almíscarado com um intenso patchouli, é bem formal, sóbrio e elegante, mas é moderno, eventos mais especiais e formais caem bem.
    Safari eu já tive 2 frascos, com 23 e 26 anos, adoro, amadeirado aromático um tom de limão com couro, cheiro de riqueza, também mais maduro e formal.

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  4. Interessante. Não tinha idéia da posição do Japão na produção de perfumes.

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  5. Quanto lei a romantica história da evolução da históri do perfume na frança me vem a cabeça o esforço descomunal dos Reis franceses em acharen bons perfumistas porque queriam a corte perfumada. Até os cachorros foram homenageados com perfumes próprios para esses doces criaturrinhas. Mas minha gente esse esforço visava minorar o mal cheiro que a realeza exalava. Conta a história que só tomavam um banho por ano. Não se lembram que até exilado na Ilha de Elba Napoleão não ficava sem sua Colonia?... Não seria falta de banho?...Diz a história que a realeza não tirava a roupa nem para os medicos porque muitospor falta de higiene tinha feridas pelo corpo. Mas...essa falta de de higiene teve seu lado positivo. Legou ao mundo esses maravilhosos perfumes. Acho que talvez Napoleão não gostasse muito de água e perfume quando emuma de suas antes de retornar de Elba deu instruções a Josefina que não lavasse determinada parte do corpo por certatalvez um mes antes de sua chegada porque ele gostava de cheiro de mulher. Naquele tempo não existia Vionel para disfarçar.

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  6. Eduarda, ótima história, o perfume de Napoleão está a venda na Macherie, Grife Rancé, de nicho, era exclusivo dele. Abraços

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  7. Ólá Fábio!

    Não encontrei nenhum espaço melhor do q esse para tirar uma dúvida (e te perturbar dnovo):

    Os perfumes da 'II Profvmo" são bons? Tava olhando uns sites e acabei encontrando essa grife. Dei uma olhadinha no Morangao e fiquei curioso em saber mais. Se vc me disser coisa boa sobre eles, talvez eu crie interesse em comprar algum.

    Vlw a atenção. Sérgio Guimarães.

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  8. Sérgio, você é um curioso parecido comigo, vejo-os sempre e sou muito curioso, mas não conheço, não dá para comprar no escuro é bem caro. Abraços

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