Livrando as baleias dos perfumes

Perfumes caros vêm em frascos pequenos, mas muitos esconde um segredo.
Para aperfeiçoar um cheiro particular, os fabricantes de perfume costumam usar um ingrediente que vem de baleias cachalotes. Os resíduos de baleia, chamado âmbar cinzento, é sólido e gorduroso. Mas em perfume, o âmbar tem um cheiro agradável e mantém os ingredientes juntos por um longo tempo. As pessoas descrevem seu aroma como "terra" e "doce".
Quando uma baleia cachalote come algo afiado, como um bicos ou ossos de peixes, o âmbar encapsula este objeto e protege as vísceras da baleia. Mas o uso de âmbar em perfumes perturba algumas pessoas que não querem produtos de origem animal em seus perfumes, mesmo que o ingrediente é algo que o animal queria se livrar de qualquer maneira.
Joerg Bohlmann não é um perfumista, nem um especialista em baleias. Ele é um biólogo da planta da Universidade de British Columbia, em Vancouver, Canadá. Mas seus estudos sobre plantas químicas apontam para uma nova forma de fazer perfume sem âmbar. Perfumistas nos Estados Unidos e na Europa já começaram a chamar Bohlmann. Em 6 de abril de 2012, edição do The Journal of Biological Chemistry, ele e seus colegas mostraram como um gene - de uma árvore - pode empurrar baleias para fora do negócio de perfume.
O gene vem de um bálsamo de pinheiro, uma árvore perene que cresce no nordeste dos Estados Unidos e Canadá. As árvores produzem uma substância química que pode ser usada em perfume subistituindo o âmbar - com um prendedor.
Você não pode simplesmente caminhar até um bálsamo de pinheiro, fazer um furo e encher um copo com o produto químico. Na natureza, ele é misturado com um monte de outros produtos químicos, por isso não é fácil de isolar como um composto puro. Imagine, por exemplo, tentando isolar açúcar a partir de um cereal adoçado.
"A separação pode ser um desafio", diz Bohlmann.
Este é o lugar onde a ciência vem a calhar. Mesmo antes deste projeto, Bohlmann e seus colegas estavam estudando os genes de coníferas, uma família de árvores que inclui evergreens como o bálsamo de pinheiro. Quando os pesquisadores descobriram que abetos bálsamo produziam o produto químico âmbar-like, eles decidiram usar seu know-how em genética para encontrá-lo.
Um gene é um pequeno segmento de DNA, uma molécula de comprimento e enrolado que transporta a informação. Os genes estão dentro de quase todas as células de todos os seres vivos e cada gene tem uma finalidade específica. Em um abeto de bálsamo, um determinado gene contém as instruções de como fazer o substituto do âmbar.
Bohlmann e sua equipe descobriram o gene e prontamente tiraram das células de árvores. Em seguida, os pesquisadores fizeram algo que pode soar estranho para alguém que não trabalha em genética: Eles colocaram o gene da árvore em células de levedura.
Levedura pode soar familiar, pois ele é usado para fazer coisas como pão, vinho e cerveja. Os biólogos gostam de trabalhar com fermento porque facilmente adota novos genes e muda seu comportamento. Quando Bohlmann colocar o gene de abeto para a levedura, a levedura começou a produzir o mesmo produto químico que foi produzida pela árvore.
Perfumistas pagam muito dinheiro por âmbar, porque é um fixador, o que significa que tem um cheiro no lugar no corpo de uma pessoa.
"Perfumes baratos cheiram bem na primeira hora e depois tudo se foi", explica Bohlmann. Perfumes mais caros são muito mais estável, com o seu cheiro persistente no corpo por horas ou um dia depois de aplicá-lo.
O produto químico novo, feito pela levedura com genes de árvores, pode ser usado como um fixador, também. E usando a levedura para fazer o fixador é mais barato do que pentear praias e o mar a procura de resíduos de baleia.
Bohlmann, cuja pesquisa foca as substâncias químicas produzidas por plantas, admite que nunca pensou que ele entraria no negócio de perfume. Mas agora, diz ele, os fabricantes de fragrâncias foram ligando para saber como usar sua tecnologia em novos aromas.
"É definitivamente um interessante subproduto da nossa pesquisa", diz ele.
Gente, vivendo e aprendendo! Essa eu não imaginava.
ResponderExcluirBeijos